Piauí leva golpe de R$ 4,8 mi ao comprar 30 respiradores que nunca existiram

Piauí e outros nove estados nordestinos não sabem como vão recuperar o dinheiro que foi parar em uma das 150 contas bancárias do grupo que foi alvo da Operação Ragnarok.

Fonte: Código do Poder

Polícia Federal precisa investigar – Ao entrar na negociação do Consórcio Nordeste para a compra de 300 respiradores chineses, o Piauí acabou sendo um dos nove estados nordestinos que não sabem como vão recuperar o dinheiro que foi parar em uma das 150 contas bancárias do grupo que foi alvo da Operação Ragnarok, deflagrada pela Polícia Civil da Bahia na segunda-feira (01).

Agora, está tudo caminhando para um verdadeiro golpe, nenhum respirador foi encontrado na empresa, nem chinês e nem brasileiro.

Esse é um caso que não pode ser conduzida apenas pela polícia baiana. A Polícia Federal também precisa atuar no caso, já que se trata de um crime interestadual e, até internacional, sem falar que recursos da Saúde estão envolvidos.

Dois dias antes da operação da Polícia Civil, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), instaurou procedimento administrativo para tentar recuperar o dinheiro, tendo como alvo a empresária Cristiana Prestes Taddeo, sócia da empresa acusada de ter desviado R$ 48,7 milhões, a HempCare Pharma, sediada em Araraquara-SP.
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Mas, até outro dia, era o próprio governo baiano fazia questão de anunciar que tinha feito um acordo com a HempCare, para instalação de uma fábrica de respiradores em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.

Respiradores nunca existiram

A Bahia ficaria com 60 respiradores, o Piauí e os outros sete estados ficariam com 30 respiradores cada uma. Segundo informações da imprensa, cada um desses estados teria repassado R$ 4,8 milhões para o Consórcio Nordeste. Porém, esse valor não consta no Portal da Transparência do Piauí.

Sucessivos atrasos na entrega dos produtos e a posterior recusa da empresa de devolver o dinheiro já recebido despertou suspeitas entre governadores e autoridades de saúde. Pressionada, a empresa passou a sugerir que o Consórcio do Nordeste aceitasse aparelhos fabricados aqui mesmo, no Brasil, no lugar do modelo chinês encomendado.

Segundo o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Telles Barbosa, surgiu então o mais forte indício de fraude: a suposta ligação da HempCare com o grupo Biogeoenergy, que tem, entre suas empresas, uma suposta fabricante de respiradores.

De acordo com Barbosa, ao cumprir os mandados de busca e apreensão na sede da HempCare, em Araraquara, os policiais não encontraram nenhum respirador. Nem chinês nem brasileiro.

Florentino falava em R$ 4 milhões e poucos

No último dia 26 de maio, o Portal Política Dinâmica publicou a matéria “PIAUÍ PODE LEVAR CALOTE MILIONÁRIO NA COMPRA DE RESPIRADORES”.

“Ao Política Dinâmica, o secretário de Saúde do Piauí, Florentino Neto (PT), confirmou que o Governo do Piauí antecipou valor para a compra, mas disse que foi pouco mais de R$ 4 milhões”, diz o texto da matéria.

Realmente foi o que acabou acontecendo. Mal começaram as ações do Consórcio Nordeste, o Piauí já leva um grande prejuízo.

Piauí doou R$ 700 mil

O Consórcio Nordeste se destacou nos últimos meses por endurecer as críticas dos governadores contra o governo Bolsonaro. O Piauí já empenhou mais de R$ 700 mil para as contas da entidade, que é administrada pelo governador da Bahia, Rui Costa, do PT.

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Tribuna de Parnaíba
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