Consultoria cara, povo sem atendimento: Parnaíba desembolsa R$ 60 mil por mês por serviço contratado por R$ 30 mil em outras cidades.
Enquanto a população de Parnaíba convive com escolas sem professores, ruas sujas e sem sinalização, além de unidades básicas de saúde sem profissionais até para marcação de exames e consultas, a gestão municipal assinou um contrato de R$ 480 mil com um escritório de contabilidade, sem licitação e por um valor que ultrapassa o dobro do praticado em outras cidades piauienses. Continua depois da publicidade
A GAUCON Consultoria Contábil LTDA, com sede em Teresina, foi contratada pelas prefeituras de Amarante, Floriano e Parnaíba, sempre por meio de inexigibilidade de licitação.Instrumento legal que permite a contratação direta, mas que exige justificativas técnicas rigorosas. Os valores acordados, no entanto, levantam sérias dúvidas sobre a razoabilidade dos critérios adotados:
📍 Amarante: R$ 30 mil/mês — R$ 360 mil/ano
📍 Floriano: R$ 50 mil/mês — R$ 600 mil/ano
📍 Parnaíba: R$ 60 mil/mês — R$ 480 mil em apenas 8 meses

Diário Oficial de Amarante: R$ 30 mil/mês por 12 meses = R$ 360 mil/ano

Diário Oficial de Floriano: R$ 50 mil/mês por 12 meses = R$ 600 mil/ano
O contrato firmado em Parnaíba foi autorizado pela Secretaria Municipal de Fazenda, chefiada por Oscar Machado da Cunha Filho, tio do prefeito Francisco Emanuel, com anuência da secretária de Gestão Zulmira Correia e respaldo técnico do consultor e advogado Rafael Castro. Ambos os pareceres: administrativo e jurídico , ignoraram a discrepância gritante entre os valores pagos por serviços idênticos em municípios semelhantes.

Portal da Transparência – Prefeitura de Parnaíba: R$ 60 mil/mês. R$ 480 mil em apenas 8 meses
Chama atenção que, mesmo diante da evidente variação nos preços, não se apontou nenhuma justificativa técnica que explique por que Parnaíba paga mais caro pelos mesmos serviços. O que motivou essa diferença? O que está sendo entregue de diferente ou mais qualificado?
Por que tantas contratações na atual gestão estão sendo realizadas por inexigibilidade de licitação? |
A recorrência desse modelo, que afasta a concorrência pública e pode comprometer a transparência, precisa ser explicada com clareza. O contribuinte merece saber por que o município abre mão de disputar preços.
Outro ponto que exige reflexão: não haveria em Parnaíba escritórios de contabilidade capacitados para oferecer esse tipo de consultoria? |
Ou ainda: será que o número de contadores efetivos da prefeitura é insuficiente a ponto de justificar essa terceirização em caráter emergencial e oneroso?
A falta de explicações plausíveis fragiliza a confiança do cidadão na gestão pública. A ausência de critérios objetivos, a concentração de poder nas mesmas figuras e a valorização de contratos vultosos em detrimento das demandas mais urgentes da cidade são sinais preocupantes que não podem ser ignorados.
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Por fim, causa estranheza que o secretário de Fazenda e o consultor jurídico, responsáveis por validar esse tipo de contratação, não tenham identificado ou ao menos questionado os valores incompatíveis com os praticados em outras cidades. Estariam atentos à razoabilidade da gestão pública ou apenas referendando decisões políticas já tomadas?
Enquanto os problemas se acumulam nos bairros, a prefeitura opta por firmar contratos silenciosos, mas custosos, com empresas de fora. O povo de Parnaíba merece, no mínimo, transparência, coerência e responsabilidade com o uso do dinheiro público.
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Da Redação do Tribuna de Parnaíba
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