A manhã desta sexta-feira (23) foi marcada por uma paralisação dos servidores efetivos da saúde municipal de Parnaíba, que resolveram dar um basta ao descaso e à omissão da gestão do prefeito Francisco Emanuel.
Médicos, odontólogos, técnicos de enfermagem e diversos outros profissionais cruzaram os braços e protestaram em frente à sede administrativa da prefeitura de Parnaíba na rua Itaúna, após resposta negativa do prefeito em conceder recomposição salarial para uma categoria que amarga salários defasados há pelo menos 14 anos. Continua depois da publicidade
A alegação da prefeitura? A de sempre: “não há dinheiro”. Mas a categoria não aceitou a desculpa “vazia e rasa” como classificou o presidente do SINDSERM, Leandro Lopes. E com razão! Basta um olhar nos contratos recentes para comprovar que o problema não é a falta de recursos, e sim a falta de prioridade.
“Há dinheiro para algumas coisas e pra outras não. Nesse momento a saúde está em colapso e precisamos urgentemente de um olhar atento, humando e resposável para com seus servidores. Destacou o odontólogo Ulisses Piauilino.

Odontólogo Ulisses Piauilino
Além do aluguel milionário, os servidores denunciam que a gestão distribui gratificações indiscriminadas, num impacto anual de R$ 2,6 milhões na folha de pagamento. Também apontam o número elevado de nomeações comissionadas, que vão na contramão da narrativa oficial de contenção de gastos.
Compromisso quebrado
No mês anterior, Francisco Emanuel chegou a se reunir com representantes da categoria e, segundo os profissionais, deu sinais de que atenderia à demanda da recomposição salarial. Mas na última reunião, em 16 de maio, a resposta foi um balde de água fria e, segundo os servidores, sem qualquer proposta concreta.

Médico psiquiatra Klecius Mota
Assédio moral e intimidação
O clima nos bastidores da saúde é de tensão. Os servidores denunciam ameaças e intimidações a quem participasse do protesto, prática que pode configurar assédio moral institucional. O fato agrava ainda mais a crise e mostra o autoritarismo com que a atual gestão trata seus próprios servidores.
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Greve no horizonte
A paralisação desta sexta foi apenas um ato de advertência. Já está em pauta a convocação de uma assembleia geral, onde será debatida a possibilidade de deflagração de greve por tempo indeterminado.
“Ninguém quer grevar, mas o prefeito nos empurra para uma greve. A gente torce para que ele tenha sensibilidade e não faça isso, que negocie com a categoria. O proximo passo daqui é reunir a categoria, agendar uma assembléia e deliberar ou não uma greve. Afirmou Leandro Lopes, presidente do SINDSERM.

Presidente do SINDSERM – Leandro Lopes
Contradições de uma gestão sem rumo
O caso da saúde em Parnaíba escancara o que muitos já vinham denunciando: uma gestão que gasta muito com o que não precisa e negligencia o essencial. Não há desculpa que justifique contratos milionários, gratificações políticas e inchaço de comissionados, enquanto os profissionais da saúde sobrevivem com salários defasados e estrutura precária.
A população deve estar atenta. O que está em jogo não é apenas o salário de quem trabalha, mas o futuro da saúde pública de Parnaíba. E diante da omissão do poder público, é a voz rouca das ruas que precisa ecoar.
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Da Redação do Tribuna de Parnaíba
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