Polícia Federal faz buscas no apartamento de ex-procurador da República Marcello Miller

Agentes chegaram ao prédio de Miller, na Zona Sul do Rio, às 6h desta segunda (11). Polícia também tenta cumprir mandados nas casas de Joesley Batista, de Ricardo Saud e na sede do grupo J&F.

Agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem, na manhã desta segunda-feira (11), cinco mandados de busca e apreensão nas casas do ex-procurador Marcello Miller, no Rio de Janeiro, dos empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, em São Paulo, de Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, também em São Paulo. Joesley e Saud foram presos neste domingo (10) após determinação judicial.

Os agentes deixaram a casa de Miller, na Lagoa, Zona Sul do Rio, por volta das 7h50 carregando uma bolsa e uma mochila. Eles procuravam por documentos que provem a ligação entre o ex-procurador e os empresários. Os policiais federais e os agentes do MPF chegaram à casa de Miller às 6h. Na última sexta-feira (8), o ex-procurador prestou depoimento por 10h na sede da PF no Rio.

Enquanto ocorria o depoimento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à Justiça que decretasse a prisão de Miller, assim como dos empresários do grupo J&F. Segundo Janot, há indícios de que o ex-procurador cometeu crimes de organização criminosa, obstrução das investigações e exploração de prestígio.

Policial federal dentro do apartamento de Marcello Miller, na Lagoa, na Zona Sul do Rio. (Foto: Pedro Figueiredo/ TV Globo)

A operação, batizada como “Bocca”, foi inspirada em uma escultura italiana chamada “Bocca della Verità”, que lembra uma espécie de “detector de mentiras”. Acredita-se que se alguém colocar a mão na boca da escultura e estiver mentindo, a boca morde a mão do mentiroso.

O pedido de prisão contra o ex-procurador Marcello Miller foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O nome de Marcelo Miller aparece em áudios das conversas entre o empresário Joesley Batista e Ricardo Saud.

Em São Paulo, cinco a sete equipes deixaram a sede da PF ainda na madrugada para cumprir mandados de busca e apreensão. A procuradora da República Janice Ascari, que trabalha diretamente com Janot, participa da operação.

Em nota, a defesa de Marcello Miller disse que “repudia veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e reitera que jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei”.

O advogado de Joesley e Saud, Pierpaolo Bottini, disse que encarou com naturalidade os mandados de busca após a prisão dos executivos. Sobre as prisões, a defesa de Joesley e Saud disse considerar desnecessária, alegando que eles “cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto” desde a assinatura da delação.

Fonte: GloboNews
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Tribuna de Parnaíba
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